terça-feira, 15 de novembro de 2011
menino doce
o riso,
cada pergunta, um riso.
pequeno do sorriso pequeno: serenidade
imensurável.
tímidos!
o menino e o sorriso.
as unhas sujas, ele brincou (ele catou).
nos olhos tristes, (ar)dor
nos lábios lambuzados, o doce.
o menino, um doce.
Um encontro bobo com Valter Di Lascio.
Minhas quartas na maioria das vezes são boas. E nelas também acontecem minhas aulas na universidade. Pensava que na quarta do quinto dia do mês de outubro de 2011 aconteceria o de costume: sentada nos bancos do bloco do meu curso esperaria pelo começo das aulas. Esperei, como sempre. Mas dessa vez percorri uma experiência boa e curta. Que me fez chegar a algumas questões e que ainda não descobri as respostas... o que me fez não acompanhá-lo? Por que não me levantei do banco? Por que pedi pra que ele falasse mais alto?
Entre barba, olhos cansados e uma cachaça (que apareceu apenas como uma vontade) havia um homem pleno de palavras que ele mesmo vivia. E eu lá sentada! Percebi que apesar dos meus 21 sou mais velha alguns anos, não escuto tão bem como deveria. Ele falava sobre suas viagens, mesas de bares, dormidas em rodoviárias, pés doendo... E tinha nas mãos suas poesias. E eu? Eu tinha sorrisos sinceros e desconcertantes ("A intensidade do sorriso, supera a força da ignorância"), mais do que isso: havia em mim toda essa vontade de abraçá-lo sem nem conhecê-lo. Em tão pouco tempo só comprovei o que sentia e tinha em mente, o de amar "qualquer" pessoa por ela ser, além de uma pessoa, uma "qualquer".
Não era um livro de capa dura. Eram escritos em papéis, pregados com grampos de grampea(dor), que compunham o livro mais bonito que já tive em minhas mãos (e tenho até agora). Guardo comigo.
"A intensidade do sorriso, supera a força
da ignorância
Na taça de puro cristal, uma gota de
baunilha, e leves toques
fecais.
Oh! Sociedade 'amiga', devoro-te
e brindo com o sangue
dos idiotas.
Onde está Antonin Artaud?
Por onde andam As Bacantes do amigo
Zé Celso?
Ou os grunidos de Hermeto, e os uivos
de um louco.
Talvez por fim, um Valter em situações
indelicadas, que nos remetem
a minuciosas observações
impróprias.
Não espere sorrisos, ou abraços,
os dê."
Observações impróprias - Valter Di Lascio.
domingo, 18 de setembro de 2011
cabeça pra baixo
ela fechou os olhos
e flutuou no mar de sorrisos e rostos franzidos.
não sabia que a qualquer momento levaria um tombo - por mais que sua expressão declarasse isso -,
mas sabia a doçura que ressoava da sua felicidade.
então, pensou:
"se eu cair, dessa vez:
a dor não vai doer,
a minha cabeça não vai explodir,
o meu coração não vai ficar roxo,
as minhas pernas não vão enfraquecer,
o meu sorriso vai sair
e continuar em mim."
ela caiu.
sábado, 16 de abril de 2011
.
infestada de tantos.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Cama de galhos
atrás da flores mais belas,
mas não tive forças para descer
e me deitei na cama de galhos
carregados da flores
que sonhei para você.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Marcelle
que aCELLEra sentimentos
e lava a alma.
MARé que chega e finda num gritar
sua vontade de continuar.
Tão CÉLLEbre por seu poder de purificar.
Imenso, tão imenso.
Leve, indispensável.
Sereno.
Um MAR.
CELLEste.
Ondas que anunciam
suas várias formas
de se comportar.
Pois nesse MAR nem tudo corre igual.
Mas ele corre esse desejo de sua vida CELLEbrar
Flores em arames farpados
Haverá um dia
em que engolir o vento
será para todos
uma atividade sem riscos.
Flores cercadas
por espinhos impostos
ficam mais fortes.
Elas são de todas as estações.
E deixam suas pétalas voando
ideias perfumadas.